19 junho 2012

LINHA DO SABOR


2 Junho 2012

Já há algum tempo que havia ficado no ar a vontade de pedalar na antiga linha de comboio do Sabor.

Sendo assim, o vice lançou o repto e eu, o Paulo Pinto, o Nuno Almeida, o Leandro Costa, o Vitor Silva, o Luís Correia,  e o André dissemos presente e pelas 06H00 da manhã lá nos juntamos à minha porta e partimos em dois carros para Torre de Moncorvo.


Devido à grande forma física do nosso vice, que sofre de esclerose múltipla num dos seus joelhinhos,


decidimos começar o passeio já na cidade de Torre de Moncorvo, já lá bem no altinho e evitar grandes esforços logo pela manhã.


Assim sendo e depois de algumas dúvidas e apalpadelas quanto ao caminho a seguir  de carro até ao destino, lá chegamos por volta das 09H30.


Na praça principal equipamo-nos e preparamos o material sob o olhar atento da terceira idade, logo pela manhã no banco do jardim a por a conversa em dia.


Antes de começar a procura da ecopista fomos ao café....onde pouco ou nada havia para comer.

Seguiram-se as fotos na Igreja Matriz, classificada como monumento nacional e aconselha-se uma visita atenta a um dos mais impontentes edificios religiosos do Nordeste transmontano.

 Encontramos sem dificuldade o início da ecopista, criada na antiga linha ferroviária do Sabor, que ligava o Pocinho e a localidade de Duas Igrejas, numa distância de 103km.


Ecopista:
Torre de Moncorvo e a aldeia de Carviçais.
Cerca de 22 km até Carviçais.



 Estações e Apedaeiros Linha do Sabor:










Foi bastante agradável pedalar pela ecopista, onde pudemos apreciar, apesar das condições climatéricas não serem as melhores, a beleza da região.


Junto da antiga linha férrea existem um sem numero de aglomerados populacionais que com o fecho da mesma, devem ter entrado em declínio




e hoje estão praticamente abandonados ou habitados por idosos que sempre ali viveram e que assim continuarão, mas gente nova nem vê-la.



A inclinação da ecopista neste trajecto é quase nula, que permitiu que a tivessemos percorrido sem qualquer dificuldade.


Assim, foi aproveitado para tirar umas fotos e




comer umas cerejas de uma cerejeira que ficava sobranceira à linha e que tinha uns frutos deliciosos (comi para aí um kilo de cerejas, lol).




Em alguns pontos, em particular na parte inicial da ecopista foram colocadas barreiras verticais, junto de entroncamentos com estradas ou caminhos rurais, que na generalidade não tinham qualquer sentido...




Após albufeira o caminho começava apresentar sinais de obras de requalificação....


Já quase no fim da ecopista em Carviçais, passamos pelo conhecido restaurante Artur, famoso pela posta à mirandesa.


Ainda entramos para ver a ementa, o que me deixou água na boca, pois os meus parceiros de aventura decidiram não apoiar a minha ideia de fazer mais um passeio gastronómico e comer a bela da posta...



Fica para uma próxima ocasião, que não vai tardar de certeza.




A ecopista acaba pouco depois da passagem pela aldeia e torna-se penoso continuar pela antiga linha do comboio pois o terreno estava revolvido pela abertura de uma vala para colocação de cabos fibra óptica, sinal do progresso.

Decidimos então inverter a marcha e seguir por estrada pela serra de Reboredo, junto das antigas minas de ferro.



Ao passar pelo bairro dos mineiros (agora praticamente abandonado) houve ali uma ligeira indecisão, querendo eu e o Leandro subir ao alto, onde se situava a entrada para a mina e o vice a fazer valer a sua condição de mantorras e impedir tal façanha.


 Nova passagem pela cidade de Moncorvo e descida pelo vale do Sabor até à margem do rio.





Cerca de 3 kms a montante da barragem que está a ser construída, que vai destruir o ultimo rio selvagem que ainda corria dentro das nossas fronteiras e um dos últimos da Europa também.


Já na margem do Sabor pudemos pedalar junto à margem esquerda até à barragem que está já em adiantado estado de construção


e quase pronta a fechar o rio e criar ali uma parede de água com cerca de 100 metros de altura.

Aproveitamos por isso para pedalar num local que dentro de pouco tempo estará submerso.


Depois das fotos da praxe, em que o nosso vice decidiu enfiar-se no rio e fazer acrobacias em cima da bike.


Aqui a solução foi regressar à estrada.... e seguir até à foz do rio, mais concretamente à aldeia de Cabanas de Baixo, onde se decidiu parar para comer qualquer coisa.

Apesar da aldeia em peso estar sentada frente ao restuarante era de esperar que o vice ia finalmente encontrar um tasco para petiscar algo.

Decisão que se revelou pouco ajuizada, pois o dono do único tasco, era de um grosseirismo a roçar a falta de educação, chegando mesmo a desprezar a nossa presença, inclusive dizendo que não tinha comida e bebida... incompreensível, pois tudo leva a crer, que tendo um tasco aberto, o dito cujo senhor queira fazer negócio e a atitude dele foi tudo, menos a de comerciante.

A visita ao local valeu por termos verificado que existia ali uma botique de vinhos de uma quinta, onde eu e o Nuno pudemos comprar umas garrafas de vinho no regresso a casa.

Boa pinga por sinal.

Depois desta paragem fizemos a pouca distância que dista entre a foz do Sabor e a barragem do Pocinho por estrada.



outros fizeram pela linha do comboio para fugir as cobras na estrada...lol



Estavamos nós em cima da barragem e eis que os vemos passar




pela ponte do comboio da linha do Sabor o vice, o André e o Paulo.




que entretanto se tinham distanciado de nós e encontrado um caminho alternativo para o Pocinho,




claro que de imediato voltamos para trás e descobrimos o caminho para a ponte rodo-ferroviária que se encontra encerrada à circulação, mas exatamente por esse motivo deu mais gozo de atravessar.


Nova paragem no Pocinho para umas bejecas e para a sande do vice, visto que em Cabanas de Baixo o tasqueiro não tinha sandes, nem comida de qualquer espécie.


Paragem na estação de comboios para mais algumas fotos nuns comboios antigos que ali estão abandonados.





Paragem para refrescar a garganta antes da subida.

O regresso a Torre de Moncorvo foi feito por um estradão por entre vinhas do Douro até à aldeia da Açoreira, onde a inclinação era tanta que o nosso matorras teve que desmontar do cavalo e subir a pé.
















Rara é a vez que não arranjamos um local para tomar banho, mas desta vez não foi possível, excepto para este cromo....




Dia bastante agradável em boa companhia e a pedalar em locais de beleza única.




 Ficou prometido voltarmos a esta região onde o vice tem mais duas ou três maluqeiras para realizar e eu vou acompanha-lo desde que não implique caminhadas....





















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